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Viajo contigo todos os dias   

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Viajar contigo. O quanto eu tenho vontade de escrever sobre isto! Não vou falar sobre o bicho-papão. Nem da sétima dor de cabeça às 14h00 horas em pico de sol. Viajar contigo não é cansativo, filha, é maravilhoso.

Dou comigo tantas vezes a pensar no quão rápido é o teu crescimento. Nos tão poucos vinte e dois dias do ano para estarmos juntos de forma plena. Na vontade que terás em viajar connosco que vai diminuindo na proporção dos anos que forem passando. Por isso, enquanto todos temos vontade e energia, viajaremos juntos sim. E vai ser maravilhoso!

Contrariei muitas leituras e opiniões sobre ajustar a nossa vida aos filhos. Acredito que não há nada melhor que possamos oferecer aos nossos filhos do que estarmos felizes. Sermos pessoas felizes. Ajustar, com cuidado e obviamente com algumas cedências, os nossos novos pequenos “seres coisas fofinhas” às nossas rotinas, aos nossos horários, ao que gostamos de fazer, é meio caminho andado para estarmos todos felizes.
Por isso, desde os dois meses que vamos juntos para todo o lado. E felizmente, esta sede desenfreada de conjugar o verbo ir em todas as suas formas cresceu com a pequena qual traço genético meu (yey!).
Acredito que a dificuldade em viajar com crianças passa essencialmente por aceitar que as coisas não são iguais a quando eramos só dois e esquecer os receios do que possa correr mal. Partindo do princípio que não (claro que não é igual viajar com e sem crianças!) e que o que pode correr mal poderá sempre acontecer em casa ou numa viagem a dois, teremos tudo para que corra lindamente!

Nada é igual, mas pode ser ainda melhor

As crianças têm uma forma adorável de se espantarem com o desconhecido. Tudo é uma novidade. Ainda que tenham andado de escorrega mil vezes, há sempre aquele brilho nos olhos. Há uma alegria inata, uma energia inesgotável (mas nem tanto, temos que lhes dar espaço e tempo!) e uma espontaneidade que nos encanta e desarma. E uma graça… as crianças têm piada e fazem tudo com graça.
Como é que tudo isto não torna uma viagem ainda melhor?
E são ternurentas, impacientes, ávidas, divertidas, resmungonas, confiantes, medrosas, aventureiras. À vez, mas nunca tudo de uma vez. É para isso que somos nós os adultos. Para irmos gerindo as emoções. Que serão muitas, isso é garantido. Mas são à vez.
Ah, mas e o tempo a dois? Não tem que ser comprometido. Namorar a dois tem tanto de romântico quanto namorar aos olhos de vermos os nossos filhos felizes. E as crianças dormem, brincam, entretêm-se com mais do que a nossa atenção. Havendo vontade, há sempre tempo.

Pensando no que mudou…
  • Abdicamos de algo que gostaríamos de fazer ou visitar para garantir tempo livre para ela. Para brincar de pés descalços na relva, para mergulhos, para sentar numa praceta, para ficar ali, em qualquer lugar, só a estar. Tempo de descanso (e não é que isto também é tão bom quanto bater chinelo num museu?). O resto vamos intercalando com o que gostamos de fazer e ela alinha em tudo. És uma companheira de viagem do caraças filha!
  • Troco os meus livros de letras a uma cor por livros de desenhos coloridos. Livros para pintar, de autocolantes, de jogos de diferenças, pontos para unir, números para contar (só até 10! ;)).
  • Há sempre lugar para mais um: o boneco preferido.
  • Levamos “comida de suporte”. Havendo fruta, leite e bolachas estamos safos. Se não come sopa todos os dias, se não comeu tantas vezes peixe como carne, se não quis um pãozinho e preferiu um bolinho… estamos de férias! As crianças também. (Nem sempre este capítulo correu bem, um dia conto! :)).
  • As malas vão mais cheias, mas afinal do que servem vazias?
  • Deitamos-nos mais cedo. (Olha que chato! Nós também já não temos vinte anos ahahah.)
  • Rimos ainda mais. Improvisamos ainda melhor. Descobrimos que afinal somos uns desenrascados (ou não!). Mas sentimos-nos uns super-heróis ao fim do dia.

    Tem tudo para correr mal quanto tem para correr bem 

    E se acontece…
    O quê? De forma consciente (sem que seja só o nosso receio a falar), qual é a probabilidade real de acontecer algo dramático e que nós possamos controlar? Pensar só nas coisas boas. Nessas é que vale a pena investir. Planear com tempo para diminuir os imprevistos, não querer ver Roma num dia (conversa para breve ;)) e ir.

    Ir com vontade. Vai correr bem! Claro que temos medicamentos S.O.S., telefones, transportes, mas acima de tudo precisamos de levar na bagagem confiança, paciência e boa disposição.

    Temos tudo? Então a mala está feita.

    É ir!

    O que importa não é se uns anos mais tarde te vais recordar de tudo, de pouco ou de muito. Só quero saber, ao final do dia, do quanto fomos felizes hoje. Porque isso, filha, é o melhor que te posso dar para amanhã: memórias felizes.

4 thoughts on “Viajo contigo todos os dias   

  1. Tão bom ver os filhos crescer em alegria e sabedoria, abrir horizontes logo de pequenino acho lindo e saudável para o seu desenvolvimento ,e ela sem duvida é uma companhia espectacular , aquele brilhinho da novidade…adoro. É um bom conselho a todos os pais aproveitem a infância dos pequenitos ,e construam famílias muito felizes.

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